A voz do mar entende-a
quem do mar viveu as tempestades e as bonanças,
quem do mar viveu as tempestades e as bonanças,
quem nele pôs cuidados, esperanças,
quem lhe deu o seu riso, o seu pensar.
quem lhe deu o seu riso, o seu pensar.
Quem fez o seu jardim, o seu pomar,
de búzios, de corais, de areias mansas,
quem ergueu sobre as o seu lar
e por ele cruzou ferros e lanças.
e por ele cruzou ferros e lanças.
Quem sabe de marés, luas -cheias e não teme os trintões
nem as sereias nem, de Neptuno, as barbas e o tridente.
A sua voz entende-a quem, de Sagres,
se fez ao mar em busca de milagres,--
todos nós neste barco do Ocidente
Fernanda de Castro
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