quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A voz do Mar

A voz do mar entende-a
 quem do mar viveu as tempestades e as bonanças,
 quem nele pôs cuidados, esperanças,
quem lhe deu o seu riso, o seu pensar.
Quem fez o seu jardim, o seu pomar,
 de búzios, de corais, de areias mansas,
 quem ergueu sobre as  o seu lar
 e por ele cruzou ferros e lanças.
Quem sabe de marés, luas -cheias e não teme os trintões
 nem as sereias nem, de Neptuno, as barbas e o tridente.
A sua voz entende-a quem, de Sagres,
 se fez ao mar em busca de milagres,--
 todos  nós neste barco do Ocidente

Fernanda de Castro

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