sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Retôrno

Retorno

Falua branca de meu sonho louco
Quase não vagas em nosso antigo mar
Cambraias estendidas ao luar
No preamar de mim veleja um pouco.
Grutas azuis do corpo lapidado
Algas florindo no salivar da espuma
Pó de cristal no cintilar da bruma
Peixe pelo arco-íris polvilhado
Corpo meu estendido ao sol amante
À ternura das vagas desmembrado
Grande peixe veloz e viajado
Às infiéis marés, sempre constante.
Heis-me de volta ao sal da boca de beijo
Areia erotizada à minha escama
Amor algum deitou tamanha cama
E soube desejar tanto o desejo.

Anna Maria Dutra Menezes de Carvalho







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